Vitamina D: Recomendações na infância e perigos da ingestão excessiva

Apesar da queda das taxas de desnutrição infantil nas últimas décadas no Brasil, as hipovitaminoses ainda figuram como uma preocupação de profissionais de saúde. Especificamente, a deficiência de vitamina D tem despertado atenção de pediatras e nutricionistas pela constante preocupação com o aumento do risco de câncer de pele decorrente da exposição solar e, consequentemente, o uso de filtros com altos fatores de proteção, que diminuem o efeito dos raios ultravioleta B na síntese do colecalciferol
Com o objetivo de prevenir a deficiência e garantir a demanda de vitamina D necessária para a saúde óssea e para a regulação do metabolismo de cálcio e fósforo, a suplementação é recomendada para lactentes a partir da primeira semana de vida, inclusive para aqueles em aleitamento materno exclusivo, independentemente da região do país. Por outro lado, o aumento do uso de formulações de vitamina D, as redefinições dos níveis séricos ideais e o uso de doses elevadas têm contribuido com aumento da incidência da toxicidade por vitamina D. A ingestão excessiva e inadvertida pode resultar em transtornos clínicos igualmente indesejáveis. As principais manifestações de intoxicação por vitamina D são hipercalcemia, levando à depressão do sistema nervoso central e calcificação ectópica, e hipercalciuria, acarretando nefrocalcinose e nefrolitíase.
Desta forma, passa a ser essencial para a tomada de decisão sobre a suplementação medicamentosa de vitamina D, compreender suas funções no organismo infantil, quantificar a oferta proveniente da alimentação, conhecer a composição das formulações comerciais e interpretar adequadamente os resultados dos exames
laboratoriais, utilizados na avaliação do estado nutricional relativo à vitamina D. Neste sentido, o Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria publicou recentemente documento científico com as informações mais atualizadas sobre a deficiência de vitamina D em crianças e adolescentes, incluindo o limite máximo (upper limit - UL) ou a dose máxima diária de ingestão, que potencialmente não ocasiona risco a sua infantil. Veja o link a seguir:
http://www.sbp.com.br/src/uploads/2015/02/vitamina_d_dcnutrologia2014-2.pdf
Artigo referência:
Vogiatzi MG, Jacobson-Dickman E, DeBoer MD and Therapeutics Committee of the Pediatric Endocrine Society. Vitamin D supplementation and risk of toxicity in pediatrics: a review of current literature. J Clin Endocrinol Metab. 2014; 99:1132-41.
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