Infecção de repetição na criança

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Infecção de repetição na criança (publications)

Dra. Beatriz Tavares Costa CarvalhoAo nascimento, o sistema imunológico encontra-se imaturo e o recém-nascido apresenta suscetibilidade aumentada para contrair infecções. Com o amadurecimento do sistema imunológico o numero de infecções vai reduzindo, de forma que a partir dos 4 anos de idade o uso de antibióticos é bem mais restrito. Entretanto, o pediatra deve estar sempre atento para aquelas crianças que estão sempre doentes necessitando uso frequente de antibióticos ou que contraiam infecção grave.

Alguns aspectos são importantes para o pediatra:

  • Identificar se a criança apresenta alguma doença de base que justifique o quadro infeccioso, crescimento inadequado e história familiar com morte precoce na família e/ou consanguinidade.

     

  • Dar atenção aos fatores de risco que contribuem para causar infecções respiratórias em crianças como frequentar creche e ter exposição à fumaça de cigarro e tentar removê-los.

     

  • Identificar atopia. Os sintomas de rinite alérgica se confundem com viroses de repetição e crises de asma são muitas vezes equivocadamente diagnosticadas como broncopneumonias de repetição levando ao uso exagerado de antibióticos.

As Imunodeficiências Primárias (IDP) representam um grupo de cerca de 200 doenças em que o sistema imunológico tem algum comprometimento e por isso acarreta uma maior susceptibilidade a infecções e doenças autoimunes. As manifestações clínicas mais frequentemente observadas nas IDP são infecções de repetição e/ou graves as vezes causadas por microorganismos oportunistas. Pacientes com IDP podem apresentar, também, reações adversas após administração de vacinas de microrganismos vivos, como a BCG.

Na dependência do setor do sistema imunológico acometido, vai haver maior predisposição a infecções por determinados microrganismos.

Infecções por bactérias extracelulares sugere deficiência do sistema humoral, de fagócitos e do sistema complemento. Exames laboratoriais recomendados: hemograma, imunoglobulinas séricas e CH50. Avaliar também resposta a antígenos vacinais.

Infecções por oportunistas deve-se pensar em defeitos da imunidade celular e solicitar a dosagem dos linfócitos T (CD3, CD4 e CD8), B (CD19) e células NK.

Todos os valores dos exames devem ser comparados a padrões de normalidade por faixa etária. De forma que número de linfócitos em sangue periférico < 3.000/mm3 nos primeiros meses de vida é fortemente sugestivo de IDP enquanto que uma IgA não detectável é normal nesta idade.

Um diagnostico precoce com tratamento adequado podem controlar as infecções ou mesmo levar a cura do paciente que poderá ter uma vida normal e produtiva.

Sites de referencia: www.imunopediatria.org.br www.info4pi.org www.esid.org