Calendário de vacinação da criança e do adolescente

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Crescimento e Desenvolvimento Nutrição, Saúde e Bem estar
Calendário de vacinação da criança e do adolescente (publications)

Sônia Maria de Faria e Aroldo Prohmann de CarvalhoAtualização

O Calendário Básico de Vacinação brasileiro é definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e corresponde ao conjunto de vacinas consideradas de interesse prioritário à saúde pública do país. Nos últimos anos um número crescente de vacinas vem sendo incorporado ao calendário e têm ocorrido alterações nas recomendações sobre utilização de vacinas que já fazem parte da rotina. Considerando-se as frequentes mudanças no calendário, há necessidade de atualização constante do pediatra sobre este tema, uma vez que as orientações relativas à imunização fazem parte da consulta de puericultura de crianças e adolescentes. O pediatra deve fornecer aos pais e/ou responsáveis informações detalhadas a respeito dos benefícios da vacinação na prevenção de doenças.

A seguir, é apresentado o calendário atual do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Calendário Básico de Vacinação da Criança e Adolescente. Ministério da Saúde do Brasil, 2014.

 

IDADE

VACINA

DOSE

 

Ao nascer

BCG

Dose única

Hepatite B

1ª dose

 

 

 

2 meses

Penta (DTP – difteria, tétano, pertussis + Hib – Haemophilus influenzae tipo b

+Hepatite B)

 

 

 

1ª dose

Poliomielite Inativada (VIP)

Pneumocócica 10-valente (conjugada)

Rotavírus Humano (VORH)

3 meses

Meningocócica C (conjugada)

1ª dose

 

 

 

4 meses

Penta (DTP – difteria, tétano, pertussis + Hib – Haemophilus influenzae tipo b

+Hepatite B)

 

 

 

2ª dose

Poliomielite Inativada (VIP)

Pneumocócica 10-valente (conjugada)

Rotavírus Humano (VORH)

5 meses

Meningocócica C (conjugada)

2ª dose

 

 

6 meses

Penta (DTP – difteria, tétano, pertussis + Hib – Haemophilus influenzae tipo b

+Hepatite B)

 

 

3ª dose

Pneumocócica 10-valente (conjugada)

Poliomielite Oral (VOP)

9 meses

Febre Amarela a

Dose inicial

 

12 meses

Tríplice Viral (sarampo, caxumba, rubéola)

1ª dose

Pneumocócica 10 valente (conjugada)

Reforço

 

 

 

15 meses

DTP (difteria, tétano, pertussis)

1º reforço

Poliomielite Oral (VOP)

 

Reforço

Meningocócica C (conjugada)

Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola, varicela)

Dose única

 

4 anos

DTP (difteria, tétano, pertussis)

2º reforço

Poliomielite Oral (VOP)

2º reforço

 

Hepatite B b

3 doses

10 a 19 anos

dT (difteria, tétano adulto)

1 dose a cada 10 anos

 

Febre amarela

1 dose a cada 10 anos

 

Tríplice Viral (sarampo, caxumba, rubéola) b

2 doses

11 a 13 anos

Papilomavírus Humano (HPV) c

3 doses (0, 6 e 60 meses)

Observação: A vacina influenza é indicada anualmente para crianças na faixa etária de 6 meses a 5 anos incompletos durante campanha sazonal de vacinação contra influenza

a Indicada nas áreas do território nacional com recomendação de vacinação contra febre amarela

b Indicada para adolescentes que não receberam a vacina previamente

c Indicada apenas para meninas.

A vacina quadrivalente recombinante humana contra papilomavírus humano, o HPV (tipos 6, 11, 16 e 18), foi incluída em 2014 no calendário do PNI para meninas com idade de 9 a 13 anos. A vacinação de meninas nesta faixa etária é considerada a melhor forma de prevenção da infecção pelo HPV na vida adulta e, como consequência, de prevenção do câncer de colo de útero e outras doenças relacionadas a esse vírus. O Ministério da Saúde do Brasil adotou o esquema de vacinação estendido, composto de três doses da vacina a serem administradas nos momentos 0, 6 e 60 meses, com base em estudos de imunogenicidade que demonstraram não inferioridade em relação ao esquema padrão (0, 2 e 6 meses). A implantação da vacina no calendário ocorrerá de forma gradativa, conforme a tabela abaixo.

População alvo da vacina papilomavírus humano no Brasil por ano de implantação.

Ano de

Implantação

População Alvo

 

2014

Adolescentes do sexo feminino de 11 a 13 anos, 11 meses e 29 dias de idade;

Indígenas do sexo feminino de 9 a 13 anos, 11 meses e 29 dias de idade.

 

2015

Adolescentes do sexo feminino de 9 a 11 anos, 11 meses e 29 dias de idade;

Indígenas do sexo feminino de 9 anos a 9 anos, 11 meses e 29 dias de idade.

 

2016 em diante

Adolescentes do sexo feminino de 9 anos a 9 anos, 11 meses e 29 dias de idade;

Indígenas do sexo feminino de 9 anos a 9 anos, 11 meses e 29 dias de idade.

Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, 2014.

Ainda em 2014, o PNI incluiu no calendário nacional a vacina Hepatite A (inativada) para crianças de 12 meses de idade até menores de 2 anos (1 ano, 11 meses e 29 dias). A vacinação contra hepatite A faz parte de um plano abrangente do Ministério da Saúde para a prevenção e o controle das hepatites virais e a formação de uma coorte de vacinados na infância para a proteção na idade adulta. A vacina está sendo indicada em esquema com dose única de 0,5 ml administrado via intramuscular, no entanto o PNI irá monitorar a situação epidemiológica da hepatite A visando a definição de inclusão ou não de uma segunda dose desta vacina no calendário da criança.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) preconiza um calendário de vacinação para crianças e adolescentes que tem como base o calendário do PNI. O calendário da SBP inclui também vacinas ainda não incorporadas ao sistema público (p. ex. a tríplice acelular tipo adulto [dTpa], para adolescentes) e apresenta considerações específicas de cada vacina, principalmente no que diz respeito ao esquema, que em determinadas situações complementa aquele preconizado pelo PNI.

Referências

BRASIL. Portaria no 1.498, de 19 de julho de 2013. Redefine o calendário nacional de vacinação, o calendário nacional de vacinação dos povos indígenas e as campanhas nacionais de vacinação, no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em todo o território nacional. Diário Oficial da União, 22 jul 2013. Seção 1:31.

Sociedade Brasileira de Pediatria. Calendário Vacinal 2014. Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/calendario_vacinal2014.pdf. Acesso em: 7 jul 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Informe técnico sobre a vacina papilomavírus humano – HPV na Atenção Básica. Brasília, fev 2014.

DOBSON, S.R.; MCNEIL, S.; DIONNE, M. et al. Immunogenicity of 2 doses of HPV vaccine in younger adolescents vs 3 doses in young women: a randomized clinical trial. The Journal of the American Medical Association, JAMA, vol. 309, n. 3, p.1793-802, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Informe técnico da introdução da vacina adsorvida Hepatite A inativada. Brasília, junho 2014.

Sônia Maria De Faria

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Aroldo Prohmann De Carvalho - Infectologia

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