Urticária Aguda diferenças entre quadro viral e alérgico

Urticária é uma doença caracterizada pela presença de pápulas pruriginosas (também conhecidas como urticas) eritematosas, evanescentes sob pressão, associadas ou não a angioedema, e que pode aparecer em qualquer faixa etária. Urticárias são comuns e podem atingir 25% da população em alguma época da vida.

• A pápula da urticária apresenta três aspectos típicos:
• Elevação central por edema com variável tamanho e rodeado por eritema na maioria das vezes,

• Prurido ou sensação de queimação,
• Natureza fugaz com a pele retornando ao normal em 1 a 24 horas.

Numerosas condições, nem sempre de natureza alérgica, podem se manifestar com urticária aguda e entre elas destacamos os processos infecciosos, medicamentos, alimentos, picadas de insetos, entre outros. Podemos classificar as urticárias em agudas, quando duram menos do que 6 semanas e crônicas quando ultrapassam esse período. A urticária aguda afeta predominantemente adultos jovens e crianças com predisposição alérgica e a crônica os adultos.

Na criança a maioria das urticárias agudas tem origem de infecções virais ou bacterianas e muitas vezes são erroneamente associadas aos antibióticos, anti-inflamatórios ou antitérmicos utilizados nessas situações.

Vários estudos que incluíram crianças com urticária aguda mostram que até 60-70% dos casos apresentaram alguma evidência de infecção viral, podendo estar presente nas fases iniciais de hepatites (A, B ou C), mononucleose infecciosa, infecções pelo citomegalovírus, infecções das vias aéreas superiores, diarreias e infecção do trato urinário, mas em até 50% a etiologia da urticária aguda não é conhecida. Na criança não podemos deixar de diferenciar quadros cutâneos com os exantemas virais típicos dessa faixa etária que incluem sarampo, rubéola, eritema infeccioso, exantema súbito, escarlatina e exantemas por enterovirus. Alimentos como leite, ovos, amendoim, castanhas e crustáceos podem desencadear urticária aguda em crianças e adolescentes sensibilizados.

Uma história detalhada é muito importante na pesquisa da possível etiologia da urticária aguda, incluindo viagens recentes, mudança na alimentação e introdução de novos alimentos, uso de qualquer medicamento, presença de febre, mal-estar e outros sintomas de infecção (tosse, dor de garganta, disúria, diarreia, entre outros), episódios anteriores de urticária. Descrição da localização e presença ou não de angioedema, prurido, dor local, indução por fatores externos, manipulações cirúrgicas e presença de outras alergias também devem ser analisadas. Muitas vezes uma boa anamnese pode dispensar a maioria dos exames laboratoriais na urticária aguda, a não ser que a história seja fortemente sugestiva.

Veja mais detalhes em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24785199 e http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.0736-8046.2004.21202.x/epdf

Artigos de referência: The EAACI/GA(2) LEN/EDF/WAO Guideline for the definition, classification, diagnosis, and management of urticaria: the 2013 revision and update. Allergy 2014 ;69(7):868-87. doi: 10.1111/all.12313.