Ômega-3 e Gravidez: Nova revisão Cochrane revela redução no risco de nascimentos prematuros
Aumentar o consumo de ômega 3 durante a gravidez, seja através de suplementos ou alimentos, pode reduzir a incidência de nascimentos prematuros e a probabilidade de ter um lactente prematuro, de acordo com uma nova Cochrane Review.
A revisão foi conduzida pela equipe de Mães Saudáveis, Bebês e Crianças do Instituto de Pesquisa Médica e Saúde do Sul da Austrália (SAHMRI) em colaboração com o Hospital da Mulher e da Criança e a Universidade de Adelaide.
Acadêmicos avaliaram 70 ensaios clínicos randomizados, envolvendo 19.927 mulheres, a fim de atualizar uma revisão originalmente realizada em 2006.
A professora Maria Makrides, líder do tema e vice-diretora da SAHMRI, diz que o suplementação diária de omega-3 reduz o risco de nascimento antes das 37 semanas em 11% e reduz o risco de nascimento antes das 34 semanas em 42%. E também menos lactentes com baixo peso ao nascer
No entanto, a ingestão de ômega-3 também aumentou a incidência de gravidez que continuou além de 42 semanas, embora não tenha sido identificada nenhuma diferença na indução do parto em gestações pós-termo.
Os pesquisadores afirmam que "o risco de o lactente falecer ou ficar muito doente e ir para UTI neonatais pode ser menor com a utilização de ômega-3 quando comparado com a não utilização do ômega-3, durante a gestação”.
Onze estudos receberam financiamento da indústria. E quando os resultados foram omitidos, fez pouca ou nenhuma diferença nos resultados encontrados.
Achado promissor
Professor Makrides acrescentou: "Esta é uma descoberta extremamente promissora, porque agora temos fortes evidências de que os suplementos de ômega-3 são uma intervenção simples e de baixo custo para prevenir o nascimento prematuro, que sabemos que tem sérias implicações para a saúde."
“As complicações do parto prematuro é a principal causa de morte de crianças menores de cinco anos de idade.
“Lactentes prematuros correm um risco maior de problemas crônicos com seus sistemas respiratório, imunológico e digestivo e são mais suscetíveis a problemas com fala, habilidades sociais, aprendizado e comportamento.”
A equipe do professor Makrides sugere que as mulheres que estão grávidas de um único bebê comecem a tomar uma dose diária de ômega-3 no estágio de 12 semanas da gravidez. O suplemento deve conter entre 500 e 1000 miligramas de ômega-3 com pelo menos 500 miligramas de DHA.
O ministro da Saúde e Bem-Estar do Sul da Austrália, Stephen Wade MLC, parabenizou os pesquisadores por este trabalho, dizendo que uma redução nos nascimentos prematuros teria benefícios generalizados para a comunidade.
A revisão concluiu: “Mais estudos estão em andamento e seus resultados serão incluídos em uma atualização adicional desta revisão. Futuros estudos poderiam considerar como os resultados podem variar em diferentes populações de mulheres, e poderiam testar diferentes maneiras de aumentar a ingestão de ômega-3 durante a gravidez. ”
Fonte: Base de Dados Cochrane de Revisões Sistemáticas "Adição de ácidos graxos ômega-3 durante a gravidez" Autores: Philippa Middleton, et al.